Palmeira dos Índios pede socorro: Não à demarcação!
(Literatura de Cordel)
Os índios Xucuru-Kariri
Fizeram uma petição
Para a direção da FUNAI
Fazer a demarcação
De vários hectares de terra
Da Princesa do Sertão
Houve grande repercussão
Nos sentimos ameaçados
Quase um terço do Município
Seria prejudicado
Os proprietários se reuniram
Construíram advogados
Procuraram Deputados
Prefeito e Vereador
O Governo do Estado
Também os três Senador
Pediram ao Ministro da justiça
Pra agir em nosso favor
O povo se apavorou
Com a triste situação
Ter que entregar para os Índios
O seu pedaço de chão
Onde plantam com a família
Mandioca, milho e feijão
Precisa muita oração
Pra evitar a calamidade
Tirar o povo do interior
Para morar na cidade
Sem uma fonte de renda
Vão passar necessidade
Isso é uma crueldade
E sofrimento demais
Quem comprou as suas terras
Ou herdaram dos seus pais
Perder tudo de uma vez
Não se conforma jamais
Vão procurar os tribunais
À Justiça recorrer
Ver os filhos passando fome
Sem ter um pão pra comer
O desespero é tanto
Que os pais preferem morrer
Aguardando o parecer
das autoridades competentes
a Cúpula da FUNAI
e Dilma, a Presidente
para evitar conflito
libere a terra da gente
Eles são inteligente
Vão encontrar uma solução
A sociedade organizou
Grande manifestação
Pra preservar seu patrimônio
E os direitos do cidadão
Suspender a demarcação
O processo modificar
Oferecer o preço de mercado
E tentar negociar
Desbloquear os cartórios
Pra escritura registrar
Sem ninguém se prejudicar
Vamos agir com precaução
Para vencer esse impasse
Com paz, amor e união
É só questão de bom senso
O Índio é nosso irmão
Deus está na direção
Pra essa causa resolver
Permanecer em nosso habitat
Ele vai nos conceder
Por que tudo é possível
Para aquele que nele crê
Sei que nós vamos vencer
Precisamos confiar
As nossas propriedades
O Senhor vai preservar
E a FUNAI compre terra
Para os Índios assentar
A paz voltar a reinar
Sem nenhum impedimento
Palmeira é de todos
Esse é o nosso argumento
Aqui branco convive com índio
Sem nenhum ressentimento
Eu guardo no pensamento
Um ditado popular
“Não se descobre um santo
Para outro acobertar”
Beneficiar os indígenas
E a outros prejudicar
A Presidente vai analisar
Antes de assinar o Decreto
A nossa realidade
Venha conhecer de perto
Pra não cometer injustiça
E no final dar tudo certo
Aconteceu o manifesto
Muito bem organizado
Com cobertura de rádio e TV
Conforme o esperado
Sociedade e lideranças políticas
Federal, do Município e do Estado
Aproveitamos o feriado
Teve muitos participantes
A procissão dos aflitos
Temendo ser retirantes
Pedindo que Deus quebrante
Os corações dos governantes
Peço que passe adiante
Essa reivindicação narrada
Em literatura de cordel
Para ser apreciada
Estou pedindo em meu nome
E mais de 500 famílias assustada.
Autora: Proprietária Maria Aparecida Silva de Sá
20.08.2013