• MARCOS MORAES, o médico mais ilustre

    Postagem publicada em 22 de março de 2012 por em Everaldo Damião, Textos Literários


                                 Everaldo Damião, advogado e jornalista.

              A Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes, fundada em 21/06/2000, realizou no último fim de semana a Posse Solene do palmeirense e médico oncologista MARCOS Fernando de Oliveira MORAES, como Membro Correspondente da entidade, em razão de seus inúmeros trabalhos científicos acerca do tratamento e da cirurgia do Câncer. Aliás, ele possui “Doutorado” em Medicina pela Universidade de Illinois, em Chicago, nos EUA, quando ainda era um jovem que contava com 40 anos de idade, tendo recebido o título de “Mestre de Ciência em Cirurgia”, com a aprovação de sua Tese Acadêmica “O papel do sistema nervoso simpático em ulcerações experimental duodenal”, no ano de 1976.

    Dr. MARCOS MORAES, como é mais conhecido por todos nós, é filho de Osório Moraes e de Djanira de Oliveira. Seu pai foi um notável comerciante (carnavalesco e gozador por natureza) e sua mãe, uma distinta e simpática senhora, era irmã da parteira palmeirense, Dona Delvira de Oliveira. Inclusive, o médico Marcos Moraes é primo do advogado e jornalista Pedro Duarte de Oliveira (Pedro Peru) e do cantor boêmio Marçal de Oliveira. Por vários anos habitei uma casa em frente à residência do casal Osório Moraes e Djanira de Oliveira, vizinhos excelentes, dizia meu pai.  Marcos Moraes nasceu em Palmeira dos Índios em 10 de agosto de 1936 (portanto, hoje já conta com 75 anos). Estudou no Grupo Escolar “Graciliano Ramos”, onde fez o curso primário. No Colégio Pio XII ele concluiu o seu curso ginasial. Seus pais patrocinaram seus estudos no Curso Científico no famoso Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. E, aos 27 anos de idade, o universitário Marcos Moraes concluiu seu Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro (UERJ). Era o ano de 1963. Nessa época, o médico palmeirense Marcos Moraes, formado no Rio de Janeiro, deixa o Brasil e vai realizar residência médica nos Estados Unidos da América, na Faculdade de Medicina “Abraham Lincoln”, integrante da Universidade de Illinois, em Chicago.

    Regressa à Palmeira dos Índios, onde ele pretendia viver e oferecer seus serviços profissionais. Trabalhou com os médicos Emílio Silva e Valdomiro Mota no Hospital Regional Santa Rita, desenvolvendo a função de Cirurgião e Chefe do Serviço de Cirurgia deste Nosocômio, entre 1968 a 1969. Casou-se com Maria do Carmo (CACÁ), filha do comerciante José Medeiros, de cuja união nasceu dois filhos, Marcos Moraes Júnior e Marcelo Medeiros. Mas o “destino” mudou o curso de sua história em terras palmeirenses. Ele ainda guarda certa “amargura” dessa época… Em 1970, Marcos Moraes retorna à cidade do Rio de Janeiro e se estabelece profissionalmente em solo carioca, trabalhando no Hospital de Ipanema, no Hospital Samaritano e no Hospital Silvestre (Rio de Janeiro), como Cirurgião Titular e como Coordenador dos Médicos Residentes. No mesmo período foi professor de Patologia Cirúrgica, na Escola de Enfermagem do Hospital Silvestre. Depois ingressou no Hospital São Lucas e no Hospital Universitário Gama Filho, como Chefe do Serviço de Cirurgia Geral e tornou-se professor Titular da Escola Médica “Gama Filho”, no Rio de Janeiro. Ainda hoje é professor visitante, na especialidade de Cirurgia Oncológica, na Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). É autor de dezenas de obras (trabalhos científicos) na área de cirurgia. Isso sem falar na sua excelente reputação junto à Associação Brasileira de Cirurgia Oncológica, onde é um dos seus mais ilustres membros.

    Por fim, registro aqui a homenagem prestada pelo Hospital Regional Santa Rita, há anos passados, ao médico palmeirense, ora radicado no Rio de Janeiro, com a inauguração de um Centro Oncológico “Marcos Moraes”, em sua unidade hospitalar, mas tudo isso ficou apenas no projeto. Nada foi feito! Lamentavelmente, a cada ano, centenas de pessoas morrem acometidas de Doença do Câncer, porque não existe no Hospital Regional Santa Rita um tratamento preventivo ou cirúrgico em favor dos palmeirenses. Faltam equipamentos próprios para o serviço oncológico. Bom seria se o nosso povo e os novos médicos palmeirenses pudessem beber na fonte de sabedoria do Dr. Marcos Moraes, mas isso não está sendo feito. Pelo contrário, o Prefeito Municipal, numa Emissora de Rádio, anunciou que vai “alugar” o Centro Oncológico “Marcos Moraes”, do Hospital Regional Santa Rita para implantar um Posto de Atendimento Móvel do SAMU… Uma decepção para nós, inclusive para o nosso conterrâneo e amigo, Dr. Marcos Moraes. Pensemos nisso! Por hoje é só.

    Crônica escrita pelo confrade Everaldo Damião sobre Marcos Moraes, publicada na Tribuna do Sertão.