• ANTIGAS NOITES PALMEIRENSES

    Postagem publicada em 10 de julho de 2011 por em Geraldo Passos, Textos Literários

    (Por: José Geraldo Passos) *

     

    Quando o arrebol anuncia o exalar do dia,

    transmudando o céu do seu manto azul,

    a tarde se despede.

    E a noite chega em seu traje solene,

    de pirilâmpicas estrelas, adornado.

    A paisagem, antes verde,

    prateia-se agora com o olhar da lua.

    A libido da natureza se manifesta,

    ao espargir, do seu hálito lascivo,

    a silvestre e inspiradora fragrância.

    Desde os montes aos vales o seu sopro se faz sentir suave,

    quando arrepia as mais tenras folhagens.

    E mais forte, fazendo dançar as esbeltas casuarinas

    que varrem os céus com seus pendões.

    Ao longe já se ouve o violão que plange triste

    e nos chega no eco de uma apaixonada canção.

    É a voz de um tímido menestrel que perambula na friagem da noite,

    a sua platônica paixão pela insone donzela,

    aconchegada no calor do quarto.

    Nem o piar agourento da rapina que passa veloz

    sobrepõe-se ao mavioso cantar.

    E nas alcovas, onde arrulham os ardentes amantes,

    Cupido, certeiro, dardeja seus corações.

     

    *É Membro da APALCA