• NOTA ESPECIAL DE FALECIMENTO

    Postagem publicada em 17 de agosto de 2010 por em Everaldo Damião, Informativo, Textos Literários

    Escrito por Everaldo Damião.

    Nesta manhã de terça-feira (17/08) faleceu o empresário gráfico, o “Mariano” e  escritor ERALDO VIEIRA DE MELLO, aos 82 anos de idade, natural de Maceió, mas palmeirense de “coração”, como ele sempre dizia.

    Seu sepultamento será amanhã, dia 18 de agosto, às 10 horas, saindo o féretro de sua  residência  situada na Rua Manoel Gomes da Silva, nº. 495, em frente ao antigo e saudoso Colégio Pio XII, para o Campo Santo, em Palmeira dos Índios (AL).

    Pela manhã de hoje, às 5 horas, Eraldo Vieira de Mello acordou, levantou-se da cama, rezou o terço, alimentou-se e disse para sua empregada: “Hoje é o meu fim!”. Esta afirmação me fez lembrar de Fran c isc o de Paul a Când ido Xavier, o grande Chico Xavier, espírita mineiro, que “previu” o dia de sua morte, aos 92 anos de idade. Por ocasião do dia da sua morte, o “Mensageiro de Cristo”, nascido nas Minas Gerais, acordou cedo, rezou, alimentou-se (como de costume), e disse: “Chegou a minha hora”. Dez minutos depois, morreu, após uma parada cardíaca.

    Segundo José Ronaldo Costa Mello, 57 anos, filho do notável Eraldo Mello, seu pai teve um AVC fatal. Ele morreu sem dor, sem sofrimento, sem angústia e sem agonia. Bem que eu poderia dizer, na linguagem dos “deuses astronautas”, que tudo não passou de uma “abdução”. Eraldo Vieira de Mello “não morreu, encantou-se”, diria o escritor mineiro João Guimarães Rosa, se vivo ainda estivesse. Para o autor de Grandes Sertões – Veredas, “depois que morremos, não somos mais mortais”. Eraldo Vieira de Mello foi “imortal” ainda vivo. Participou de vários movimentos religiosos e sócio-culturais na cidade, inclusive foi um dos fundadores da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes.

    Quando homem ativo e saudável, Eraldo Vieira fez acontecer em sua vida o provérbio árabe que diz: “Antes de morrer, você precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho”. Da sua união conjugal com D. Maria Gercília Costa Mello (80 anos), Eraldo Mello fez nascer seis (6) filhos: Franklin (1951) in memoriam, José Ronaldo (1953), Lúcia de Fátima (1954), Eraldo Filho (1957), Margarida (1963) e Carlinhos (1965). Desta filiação nasceram 12 netos e 6 bisnetos.

    Desde que o casal de agricultores, Domingos Vieira de Mello e Ana Amélia Costa Mello, genitores de Eraldo Vieira, mudou-se de Maceió para a Terra dos Xucurus, com o objetivo de curar seu filho Alonso, acometido de tuberculose, nos idos de 1934, por indicação médica (pois, segundo a medicina da capital, o clima bucólico de Palmeira dos Índios era indispensável no tratamento e na cura da doença virótica),  a família Vieira de Mello se apaixonou pela cidade.

    Eraldo Vieira de Mello, influenciado por seu irmão Alonso (jornalista e gráfico), dedicou-se por mais de 50 anos no ramo das artes gráficas. No princípio, trabalhou na Tipografia Wanderley, de propriedade do Tabelião Juvenal Brena Wanderley. Mas, com a ajuda de seu pai, Sr. Domingos, Eraldo Vieira fundou a Gráfica Indiana, em homenagem ao Monsenhor Macedo, o criador do jornal “O Índio”, que serviu à coletiva palmeirense.

    Com a aposentadoria de Eraldo Vieira de Mello, a Gráfica que se tornou Editora passou a contar com a direção de seu filho José Ronaldo Costa Mello.

    Afinal, é bom que a morte seja “encantamento”, pois não há como perceber a ausência de Eraldo Vieira de Mello no cenário palmeirense. Se Chico Xavier foi eleito o Mineiro do Século XX, seguido de Juscelino Kubitschek, Eraldo Vieira de Mello também é eleito um dos palmeirenses que mais se destacaram no século XX.