• Palmeira pede socorro

    Postagem publicada em 10 de setembro de 2013 por em Textos Literários

     

     

    Palmeira dos Índios pede socorro: Não à demarcação!

    (Literatura de Cordel)

     

     

     

    Os índios Xucuru-Kariri

    Fizeram uma petição

    Para a direção da FUNAI

    Fazer a demarcação

    De vários hectares de terra

    Da Princesa do Sertão

     

    Houve grande repercussão

    Nos sentimos ameaçados

    Quase um terço do Município

    Seria prejudicado

    Os proprietários se reuniram

    Construíram advogados

     

    Procuraram Deputados

    Prefeito e Vereador

    O Governo do Estado

    Também os três Senador

    Pediram ao Ministro da justiça

    Pra agir em nosso favor

     

    O povo se apavorou

    Com a triste situação

    Ter que entregar para os Índios

    O seu pedaço de chão

    Onde plantam com a família

    Mandioca, milho e feijão

     

    Precisa muita oração

    Pra evitar a calamidade

    Tirar o povo do interior

    Para morar na cidade

    Sem uma fonte de renda

    Vão passar necessidade

     

    Isso é uma crueldade

    E sofrimento demais

    Quem comprou as suas terras

    Ou herdaram dos seus pais

    Perder tudo de uma vez

    Não se conforma jamais

     

     

    Vão procurar os tribunais

    À Justiça recorrer

    Ver os filhos passando fome

    Sem ter um pão pra comer

    O desespero é tanto

    Que os pais preferem morrer

     

    Aguardando o parecer

    das autoridades competentes

    a Cúpula da FUNAI

    e Dilma, a Presidente

    para evitar conflito

    libere a terra da gente

     

    Eles são inteligente

    Vão encontrar uma solução

    A sociedade organizou

    Grande manifestação

    Pra preservar seu patrimônio

    E os direitos do cidadão

     

    Suspender a demarcação

    O processo modificar

    Oferecer o preço de mercado

    E tentar negociar

    Desbloquear os cartórios

    Pra escritura registrar

     

    Sem ninguém se prejudicar

    Vamos agir com precaução

    Para vencer esse impasse

    Com paz, amor e união

    É só questão de bom senso

    O Índio é nosso irmão

     

    Deus está na direção

    Pra essa causa resolver

    Permanecer em nosso habitat

    Ele vai nos conceder

    Por que tudo é possível

    Para aquele que nele crê

     

    Sei que nós vamos vencer

    Precisamos confiar

    As nossas propriedades

    O Senhor vai preservar

    E a FUNAI compre terra

    Para os Índios assentar

     

    A paz voltar a reinar

    Sem nenhum impedimento

    Palmeira é de todos

    Esse é o nosso argumento

    Aqui branco convive com índio

    Sem nenhum ressentimento

     

    Eu guardo no pensamento

    Um ditado popular

    “Não se descobre um santo

    Para outro acobertar”

    Beneficiar os indígenas

    E a outros prejudicar

     

    A Presidente vai analisar

    Antes de assinar o Decreto

    A nossa realidade

    Venha conhecer de perto

    Pra não cometer injustiça

    E no final dar tudo certo

     

    Aconteceu o manifesto

    Muito bem organizado

    Com cobertura de rádio e TV

    Conforme o esperado

    Sociedade e lideranças políticas

    Federal, do Município e do Estado

     

    Aproveitamos o feriado

    Teve muitos participantes

    A procissão dos aflitos

    Temendo ser retirantes

    Pedindo que Deus quebrante

    Os corações dos governantes

     

    Peço que passe adiante

    Essa reivindicação narrada

    Em literatura de cordel

    Para ser apreciada

    Estou pedindo em meu nome

    E mais de 500 famílias assustada.

     

     

    Autora: Proprietária Maria Aparecida  Silva de Sá

    20.08.2013