Pedro Torres Neto

CADEIRA Nº 11

ACADÊMICO: Isvânia Marques da Silva

O escritor Pedro Torres Neto é natural da cidade de Palmeira dos Índios/AL. Nasceu em 28 de junho de 1942, véspera do dia de São Pedro, numa quinta-feira, às 12h25, sendo o 14º filho do comerciante Petronilo (Nilo) Virgínio Torres e da doméstica Antonieta de Barros Torres (Patrona da Cadeira Nº 02 desta Academia), que lhe deu 20 irmãos, e ainda tinha tempo de escrever poesias, repassando a quatro de seus filhos a sua herança literária. De temperamento explosivo, o escritor Pedro Torres Neto era seleto em suas amizades, entretanto, desde cedo demonstrou que era um líder por natureza. No Colégio Pio XII, onde estudou o curso primário e o ginásio, foi sempre o presidente do Grêmio de Classe. O curso científico foi concluído no Colégio Guido de Fontgaland, em Maceió.
Em 1959, por ocasião da visita do Governador Sebastião Marinho Muniz Falcão à Princesa do Sertão, quando fez a sua primeira visita ao cunhado Robson Tavares Mendes, na época Prefeito Municipal de Palmeira dos Índios, coube a Pedro Torres, membro da União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (UESA), recepcionar o mandatário do Estado de Alagoas.
Foi na capital que começou a interessar-se por política. Apesar da pouca idade, tornou-se amigo particular de Rui Palmeira e Divaldo Suruagy. Quando este último foi nomeado prefeito de Maceió, convidou-o para elaborar o projeto e ser o responsável pela implantação da TV educativa no Estado de Alagoas.
Ele ingressou na Universidade Federal de Alagoas, em 1964, onde cursou Ciências Jurídicas. Foi na Faculdade de Direito que conheceu Neide Calheiros, também estudante de Direito, e casou-se com ela no mesmo ano em que concluíram o curso, na Igreja Matriz da cidade de Rio Largo, terra natal da noiva. Desta união nasceu sua única filha: Veruska Torres.
Ele, cuja convivência com os clássicos (Dante, Homero, Voltaire, Racine, Cervante e Bocaccio) começou muito cedo, aprende com os poetas-violeiros nordestinos a enxergar e retratar criticamente o cotidiano. Um de seus primeiros trabalhos foi o ensaio biográfico de Monsenhor Francisco Xavier de Macedo, contido no livro “Meu exame de consciência”, publicado em 1962, de autoria do reverendo.
O Jornal de Alagoas, na quarta-feira, 05 de Agosto de 1970, foi procurado por Pedro Torres para explicar o motivo de seu afastamento como Diretor Superintendente da TV Educativa de Alagoas, pelo Governador Lamenha Filho. Nela, Pedro transmitiu aos leitores e ao povo alagoano o “incômodo” de sua presença junto àquela instituição, como também as suas cobranças em prol da conclusão imediata do projeto da tevê. E, dessa forma, encerrou: “Confio que a TVE será concluída porque transfiro para o povo a luta que até agora enfrentei”.
Desquitou-se de Neide em 1975, quando foi morar definitivamente em São Paulo.
Na capital dos bandeirantes foi aprovado em concurso público e se tornou professor catedrático de Direito Civil da Universidade de São Paulo (USP). Convidado pelos militares, que na época dirigiam o país, tornou-se Assessor Jurídico da empresa TELESP (Telecomunicações do Estado de São Paulo), chegando a dirigir alguns departamentos. Ainda na capital paulista, conheceu Heloísa, filha natural da cidade de ITU, com quem veio a se casar pela segunda vez.
Por causa da sua obesidade e da diabete, em 1998 ficou numa cadeira de rodas, vindo a falecer 13 de fevereiro de 1999.

OBRAS PUBLICADAS
“Educação pela TV”- Edições O Cruzeiro- Rio de Janeiro- 1971. *Considerado o primeiro livro sobre o assunto.
“Instantes Solitários- Poesia do Social e Insocial” – Editora Fontana- RJ-1979
Artigos Científicos e Jornalísticos em Publicações Especializadas
“A Lógica Objetiva – o poder do convencimento”- Ed. Fontana-RJ-1982