CADEIRA Nº 19
ACADÊMICO: Herbert José Lisboa Martins Torres
José Rebelo Torres nasceu em 24 de fevereiro de 1909, em Viçosa-AL, e desde criança sempre mostrou desenvoltura e inteligência, captando com muita facilidade todos os assuntos que os seus antepassados conversavam, daí o seu profundo conhecimento de quase todos os fatos do estado de Alagoas e do Brasil, dissertando-os quando necessário.
Estudo, em Viçosa, com o Prof. Domingues, porém nunca teve oportunidade de freqüentar escolas seriadas, pois era comum, à época, esse procedimento, e as famílias preferiam que seus filhos não se afastassem de casa.
Era um autodidata, de memória privilegiada, poeta e contista dos melhores.
Muito cedo houve ruptura na sua vida familiar, passando a residir no Engenho “Gereba”, de propriedade do seu tio e sogro Lula Rebelo – um dos homens mais respeitados do seu tempo – vivendo aí toda a sua infância e juventude -, vindo a casar-se com Iria (apelidada de Inah), com quem teve 03 filhas, delas restando a atual Promotora de Justiça do Estado de Alagoas (aposentada), Amélia Rebelo.
José Rebelo possui uma filha adotiva, Maria Aparecida Rebelo, médica aposentada do Banco do Brasil, hoje residente na cidade de São Paulo-SP.
Anos depois, foi casado em segundas núpcias com Creuza Ferreira Rebelo Torres. Com ela viveu até 24 de janeiro de 1984, quando faleceu, dela recebendo todo desvelo, amor e carinho.
Sempre foi um autodidata de inteligência privilegiada, de memória incomensurável e, por conta desses atributos, a OAB permitiu-lhe advogar sem o diploma de Bacharel, dentro dos limites da lei. Ninguém superou José Rebelo Torres no Tribunal do Júri ou em defesas cíveis, primando pelos mais necessitados.
Nos idos de 1948, passou a residir em Palmeira dos Índios, recebendo das suas autoridades e do seu povo um carinho desmedido, pois logo foi nomeado Diretor de Educação, pelo então prefeito Manoel Passos Lima. A partir disso, nunca mais se afastou dos palmeirenses, tornando-se, ainda, Vereador por cinco legislaturas, Secretário de Administração do prefeito José Araújo e várias vezes Presidente do Legislativo Municipal.
Como vereador, o rábula José Rebelo Torres foi autor do projeto de Lei Nº CM-04/59, que dava o nome à praça situada ao largo da Matriz Nossa Senhora do Amparo a Monsenhor Macedo, por seus 39 anos de trabalho em prol da comunidade palmeirense. Houve protestos por ser uma homenagem feita em vida a uma figura ilustre, todavia conseguiu a sua aprovação pelo então prefeito de Palmeira dos índios, Robson Mendes, quando quatro anos depois, morre o padre homenageado.
José Rebelo ocupou vários cargos na Associação Brasileira de Municípios, além de participação efetiva em congressos nacionais e internacionais.
Exerceu o cargo de Diretor de Assistência aos Municípios, no governo Lamenha Filho. Era um orador de grandes pendores literários, pois sempre representava Palmeira dos Índios em cerimônias e acontecimentos importantes, falando em nome do seu povo. Carismático, atraía para si a simpatia e o bem-querer de todos, sendo difícil encontrar uma pessoa que não fizesse parte de sua coleção interminável de amigos.
Foi Advogado provissionado durante vários anos de sua vida e até a sua morte, ocorrida em 24 de abril de 1984, na cidade que o adotou como filho, Palmeira dos Índios. Foi também um dos maiores proficientes profissionais do seu tempo, em todos os ramos do Direito, máxime no Tribunal do Júri.
Morreu pobre, com o aconchego de alguns amigos que o acompanharam até o seu desenlace, mas o seu nome jamais será esquecido da memória de todos.
José Rebelo Torres, da forma como procedeu em vida, tem um significado importante na história de Palmeira dos Índios, terra que o adotou com muito carinho.