José Pinto de Barros

CADEIRA Nº 18

ACADÊMICO: Jorge Tenório de Albuquerque

José Pinto de Barros é filho de Francisco de Lucena Barros e Maria da Conceição Pinto, José Pinto de Barros nasceu em 25 de outubro de 1896, em Palmeira dos Índios, tornando-se, mais tarde, um dos maiores líderes políticos de nossa história.
Ainda adolescente, começou a participar da vida cultural do município, representando em peças de teatro que eram apresentadas no Cine Teatro Palmeirense, cujo diretor era Marçal de Oliveira.
Aos dezenove anos de idade, junto com os amigos e companheiros Tobias Neto – futuro catedrático da Universidade da Bahia – e João de Moraes – mais tarde grande comerciante da cidade natal e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas –, fundou o jornal “O Manuscrito”, que começou a circular na cidade em 19l7. Pelo que consta nos anais da história, esse semanário foi o segundo editado no município de Palmeira dos Índios e tinha uma peculiaridade: suas notícias eram escritas totalmente à mão. Um trabalho heróico e de muita força de vontade. Para haver o máximo de semelhança entre um exemplar e outro, o escriba manuscrevia cada coluna, em todos os exemplares, de modo que os mesmos parágrafos, frases e palavras ficassem situados nas mesmas páginas, igualzinho ao modelo original. Como a tiragem era pequena, depois de lido, o exemplar era passado para outro interessado ler, desse para outro, e assim por diante. Dessa maneira, de mão em mão, o jornal “O Manuscrito” cumpria a sua missão, ou seja, noticiar tudo que fosse do interesse da comunidade palmeirense. Mas, infelizmente, teve apenas três edições.
“O Índio” foi outro semanário para o qual José Pinto de Barros colaborou na sua mocidade, utilizando-se, para tanto, do pseudônimo “Barpinjo”, que são as iniciais de seu nome completo escrito de trás para frente.
Estudou na escola noturna aberta pelo Sr. Graciliano Ramos de Oliveira – mais tarde o renomado escritor Graciliano Ramos –, localizada na rua Pinga Fogo, perto da residência de seus pais. Nessa escola, foram colegas de José Pinto de Barros: José Cavalcanti Amorim, Zuza Amorim, Luiz de Matos Moreira, João Accioly Moraes, Cícero da Silva Pereira, Adalberon Cavalcanti Lins, Odilon Braga, Ademar Duarte Constant, Nicefaro Cavalcanti e José de Souza Soares. Depois José Pinto de Barros também viria a estudar nas escolas do professor Lúcio Medeiros e da professora Antônia Macedo.
No início da década de vinte foi trabalhar na Loja Esperança, de Leobino Soares da Motta, quando então conheceu Laura Mota, filha do proprietário, com quem se casou em 1922. Dessa união nasceram os filhos: Betilde, Maria Lúcia, Maria Tereza, Adelaide, Fernanda, Gabriela, Berttine, Pedro, Francisco José e Laurita. Sua esposa, d. Laura Mota, foi a fundadora do Colégio Sagrada Família, que funcionou no prédio onde hoje se localiza o Montepio dos Artistas, defronte a Catedral Diocesana.
Ao completar vinte e cinco anos de idade, José Pinto de Barros, com a ajuda do sogro, adquiriu um ponto comercial na Praça da Independência e ali instalou a sua loja denominada “Casa Nova”, que serviu ao povo palmeirense até meados da década de cinqüenta, quando seu dono mudou-se para Maceió, onde passou a fixar residência.
Seguindo o caminho do avô Luiz Pinto de Andrade, primeiro prefeito de Palmeira dos Índios pós-república, José Pinto de Barros entraria para a política em 1928, sendo eleito vereador. Naquele ano, era prefeito de Palmeira dos Índios o escritor Graciliano Ramos. Veio a Revolução de 1930 e cassou seus mandatos. José Pinto de Barros insistiu, foi reeleito em 1936, sendo mais uma vez cassado pelo regime do Estado Novo. Entretanto, quando o capitão Ismar de Góis Monteiro foi nomeado interventor de Alagoas, um de seus atos foi destituir o então prefeito de Palmeira dos Índios, Francisco Cavalcante, de seu cargo e nomear para o seu lugar o comerciante José Pinto de Barros.
No seu mandato, que aconteceu no período compreendido entre 1941 e 1947, José Pinto de Barros construiu a Praça de Independência e calçou várias ruas. Através do deputado Lauro Montenegro, que foi muito bem votado em Palmeira dos Índios, conseguiu verba federal e construiu um hospital regional, equipando-o com o que havia de mais moderno na época, tanto na parte de enfermaria quanto na de cirurgia. Sua esposa, d. Laura, devota de Santa Rita, foi quem deu nome ao nosocômio: Hospital Regional Santa Rita.
No final de 1947, José Pinto de Barros foi eleito deputado estadual e nesse mandato assumiu a presidência da Assembléia Legislativa. Em 1951 foi reeleito e depois de cumprir mais esse mandato, abandonou definitivamente a política. Na primeira vez em que se candidatou a deputado, ele foi o mais votado na eleição e na última, o segundo.
Após abandonar a política, José Pinto de Barros foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas. Em 1957, instalou, com seu genro Lourival Neto Soares e o amigo Ciro Madeu, a Drogaria São Paulo, localizada na Rua do Comércio, em Maceió. Faleceu em 17 de março de 1975, na capital alagoana, na certeza de haver cumprido muito bem a sua missão.