Sebastião Jacinto da Silva

Cadeira Nº 28

ACADÊMICO: Edson Marques Brandão

Sebastião Jacinto da Silva, nasceu em 23 de outubro de 1933 no  Povoado de Canudos, atualmente Belém. Foi criado ouvindo os cantadores de coco, violeiros, mestres de reisados, guerreiros, cantadores de sentinela e terço. Ainda pré-adolescente, influenciado por Jackson do Pandeiro e Ary Lobo, começa a cantar embolada, coco-de-roda e forró, acompanhado por um conjunto regional. Casou-se em 1951 com Marina Ferreira da Silva e teve cinco filhas: Ana Maria, Rosa Maria, Sônia Maria, Ruth Maria e Cícera Maria. Sua estréia artística ocorre em 1952 na antiga Rádio Difusora de Alagoas (ZYO-4) no programa “Rádio Variedades”, comandado por Odete Pacheco. Na ocasião, é rebatizado pela comunicadora com o nome  de Jacinto Silva.
Em 1957 chega em Caruaru e resolve fixar residência. Em 1960, após ter trabalhado em Palmeira dos Índios e em Maceió como fabricante de mosaico, exerce esse ofício pela última vez. Integra as caravanas de Ivan Bulhões e Pau de Sebo que reunia nomes importantes da música nordestina como: Abdias, Marinês, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Osvaldo Oliveira, João do Pife, Coronel Ludugero, Elino Julião, entre outros.
Após a separação com Marina, casa-se com Maria Lieta e tem seis filhos: Jacira Jacinto, Jailton Jacinto, Penha Maria Jacinto, José Jairo Jacinto, Jaira Jacinto e o filho que morreu aos 10 anos de idade. Em 1962 grava seu 1º disco 78 RPM (Justiça divina / Bambuê bambuá). Depois surge (Coco trocado / Chora bananeira), (Tombou e virou / Carreira novo), (Aquela rosa / Na base do tamanco). Em 1994, participa do projeto I Voo do Forró, com apresentações em cidades da Europa, junto com outros artistas de Caruaru, para divulgar a música nordestina.
Em 1996, conhece Silvério Pessoa, consolidando uma intensa amizade e um encontro musical bastante fértil. Torna-se membro do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal (UDV) e leva com ele toda a família. Jacinto buscava nos vegetais a cura para combater o estágio avançado da esquistosomose.
Em 1999, apresenta-se no programa Ensaio da TV Cultura de São Paulo apresentado por Fernando Faro.
Em 2000, Silvério Pessoa grava o CD “Bate o mancá” com repertório de Jacinto. Ainda neste ano grava seu último trabalho “Só não dança quem não quer” e participa do documentário “Moro no Brasil” do finlandês Mika Kaurismäki cantando junto com Silvério Pessoa.
Em 19 de fevereiro de 2001, morre em Caruaru, aos 67 anos, de complicações no fígado deixando viúva Maria Lieta, 4 filhos e 3 netos. Segundo Jacinto, seu grande sucesso foi a marcha de roda Aquela rosa, mas outras músicas lhe valeram sucessos como Sabiá da mata, Terra do folclore, Gíria do Norte, Puxa o fole Zé, Saudade de Alagoas, Coco machucado, Adeus Corina, Aboio de um vaqueiro, Coco trocado, Carreiro novo e outras. Gravou ao longo da carreira 4 discos 78 RPM, 2 compactos duplos, 20 LPs e 3 CDs.
Dentre os LPs gravados podemos destacar os seguintes: Ritmo explosivo (64), Cantando (65), Só era eu (67), É caco pra todo lado (69), Jogo do amor (70), Agora tu pega e vira (71), Desafio (72), Xodó de lado (73), Eu chego já (73), O que é meu é teu (75), Festival de verão (78), Tire que tem forró (79), Passando a cabeça o resto passa (80), Gírias do Norte (81), O vestido de Mariana (82), Confusão no galinheiro (83), Mocotó com catuaba (86), O forrozeiro (93), Em nome do sol (95), Só não dança quem não quer (2000).
Participa ao longo da carreira como compositor dos trabalhos de vários artistas: Abdias dos Oito Baixos, Anastácia, Ângela Maria, Ary Lobo, Brito Lucena, Carlos Diniz, Carrapeta, Coronel Ludru, Coronel Ludugero, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, João do Pife, Joci Batista, Manezinho Silva, Marinês e Sua Gente, Marlene Vidal, Marquinhos, Os 3 do Nordeste, Quinteto Violado, Trio Nordestino e Xangai.