Lidenor de Mello Motta

CADEIRA Nº 08

ACADÊMICO: Aparecida Silva de Sá

Lidenor de Mello Motta nasceu no dia 16 de março de 1918, filho de Leobino Soares da Motta e Adelaide de Mello Motta, de tradicional família palmeirense, genitores de uma grande prole, mais exatamente dezesseis filhos, dos quais sobreviveram doze.
Considerando o pouco desenvolvimento da época, a família Mello Motta vislumbrava o alcance de novos horizontes e lutava por isso, quando as coisas ainda andavam muito devagar.
Mesmo assim, vencendo obstáculos, foram pioneiros na implantação da rede de canalização da água, bem como da rede elétrica até a chegada de Paulo Afonso, nos idos de 1963, enquanto a CASAL assumia o comando do abastecimento de água da cidade.
Com o olhar voltado para o futuro dos filhos, os genitores, que tinham como lema educação e trabalho, foram previdentes e procuraram educá-los para assumirem os embates da vida, cujo resultado foi coroado de êxito. Os pais, de tão preocupados com a educação dos filhos, chegaram a contratar uma professora para ministrar-lhes aulas de francês e de boas maneiras.
Lidenor trouxe no sangue o empreendedor de conquistas pelo trabalho. Aos doze anos, desprendendo-se dos laços familiares, seguiu para o Rio de Janeiro, ingressando no Colégio Militar. Inteligente, aplicado, logo ocupou o lugar de comandante. Depois seguiu para a Escola Militar de Realengo e cursou Armas de Engenharia. Foi declarado aspirante a Oficial em 27 de dezembro de 1938, com apenas vinte anos, e transferido para a cidade de Cachoeira do Sul (RS), na qualidade de Aspirante. Ali, fez grandes amizades e conheceu a jovem Maria de Lourdes D’Ávila Mello, por quem se apaixonou. Em 1942, realizou o seu sonho e o da jovem Maria de Lourdes, conduzindo-a ao altar, rogando as bênçãos de Deus para uma nova família que se constituía a partir daí.
Em 18 de abril de 1947, por concurso, ingressou na Escola Técnica do Exército, hoje Instituto Militar de Engenharia (IME), concluindo o curso no dia 21 de março de 1951, formando-se em Engenharia de Construção e Fortificação.
Trabalhou em vários Estados da Federação na construção de quartéis. No Rio Grande do Sul construiu a Estrada de Ferro ligando Santiago do Bouqueirão a São Luiz de Gonzaga. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, construiu a rodovia ligando estes dois Estados da Federação, dentre outras obras. Um militar de princípios que honram sua história, quer no âmbito militar, quer no âmbito familiar.
Em 19 de abril de 1964, foi conduzido à reserva com o posto de General. Daí por diante, dedicou-se à Engenharia Civil.
Faleceu no dia 17 de novembro de 1997, quando soou o clarim do adeus e despedida de sua esposa, filhos, netos e demais familiares e amigos.
Um homem altivo em suas aspirações e realizações; não se deixando esvaziar no passar do tempo, encontrando razões para dedicar-se à literatura. Escreveu dez livros. Nove dedicados ao setor de engenharia e o último, “O Exército que meu pai desconhecia”.

Os livros por ele escritos e publicados formam uma coletânea:
1971 – Produtividade e Custeio de Obras
1983 – Secas, Fim.
1984 – Construtora
1985 – Especificação
1986 – Estrutura
1988 – Construção
– Produção e Consumo de Obras e Cantoneiras
– Construa Você Mesmo a Sua Casa
– O Problema das Secas no Nordeste
– O Exército que Meu Pai Desconhecia

Nota: Os livros editados que não constam a data do ano de sua publicação, deve-se ao fato de suas edições esgotadas, tanto nas livrarias do Rio de janeiro, bem como na Editora, não possuindo, dessa forma, elementos que possam comprová-la.