Antonieta de Barros Torres

CADEIRA Nº 02

ACADÊMICO: Hélio Luiz de Lima Moraes

Antonieta de Barros Torres nasceu no dia 12 de maio de 1902, na vizinha cidade ribeirinha de Quebrangulo/AL. Era a quinta filha do casal João de Barros Correia e Maria Joaquina dos Passos. Seus pais contraíram matrimônio em fevereiro de 1887, na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Pobres.

Deste casamento, Antonieta teve os seguintes irmãos: Antônio de Barros Passos, nascido em 1888 e falecido em 1938; Luiz de Barros Passos, nascido em 1892 e falecido em 1916; Antero de Barros Passos, nascido em 1895 e falecido em 1967; e Vitória de Barros Passos, nascida em 1897 e falecida em 1920.

Antonieta ficou órfã de mãe quando tinha dois anos de idade, permanecendo sob a tutela do pai e de uma escrava alforriada que os acompanhava há muitos anos, chamada Rita Delfina da Conceição, que veio a falecer no dia 25 de abril de 1929. Sua filha, Sinhá Hermínia Canuto, continuou com a família até 1950, quando constituiu sua própria família. Com a morte de sua genitora, o pai de Antonieta se casa com dona Mariquinha e dessa união nasceu Lígia Teixeira de Barros Passos.

Antonieta foi batizada pelo padre Palmeira, na época vigário de Quebrangulo, no dia 13 de maio de 1902, quando tinha apenas um dia de vida, tendo como padrinhos Jacinto Ferreira Ferro e Manoel Cavalcanti Albuquerque. Sua madrinha de apresentação foi Joana dos Passos.

Aos 07 de fevereiro de 1922, com quase vinte anos de idade, Antonieta contrai núpcias com o pernambucano Petronilo Virgínio Torres, procedente de Bebedouro, atual Agrestina, e que anos mais tarde conseguiu na justiça reduzir seu nome para Nilo, pois, segundo uma numerologista, traria mais sorte para o seu comércio. Nilo nasceu no dia 03 de janeiro de 1896 e era filho do casal Pedro Petronilo Virgínio Torres e Rita Maria da Conceição.

A cerimônia civil foi realizada na própria residência da noiva, tendo como padrinho o Dr. Natalício Camboim. A cerimônia religiosa foi celebrada na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Pobres, pelo padre João Vasconcelos, na época vigário de Quebrangulo.

Nesta oportunidade, Nilo Torres era sócio com seu irmão, Cícero Torres, de uma mercearia. Porém, por incompatibilidade de gênios, esse consórcio durou pouco tempo. Foi daí que Nilo adquiriu o único hotel existente no município. Como não conhecia este ramo do comércio, resolveu vendê-lo e adquiriu um sobrado na Praça Centenária da Independência, onde no térreo abriu um pequeno espólio, bastante sortido, e, no primeiro andar, passou a residir com sua família que crescia a cada ano que se passava.

Nesta união nasceram 17 filhos: José, Maria Luíza, João, Luiz, Paulo, Apolônio, José Geraldo, Tereza, Pedro III e Francisco sobreviveram, enquanto Pedro I, Pedro II, Raimundo, David, Maria José, Maria Antonieta e Maria Lúcia faleceram.

A família Torres deixou Quebrangulo em fevereiro de 1937, indo morar em Maceió, mais precisamente no bairro de Jaraguá. Entretanto, por causa de uma enfermidade, Nilo foi obrigado a deixar a capital do Estado de Alagoas e ir morar em Palmeira dos Índios, cidade cujo clima era ideal para combater a doença.

Nas horas em que ficava sozinha, Antonieta escrevia um diário, onde contava o dia-a-dia de sua família. Em 1955, resolveu revelá-lo ao seu filho Luiz B. Torres, que na época já se mostrava um escritor, e juntos o transformaram num livro intitulado: Rita, minha mãe preta (Autobiografia – A publicar – 1955).

Quando ficou viúva, todos os seus filhos sobreviventes já estavam casados. Para ajudar os momentos de solidão, Antonieta começou a fazer poesias, sempre lembrando o seu passado e daí surgiu sua segunda e última obra: Um tempo que deixou saudade (Poesias – A publicar – 1976). Antonieta faleceu em Brasília, em 07 de março de 1976.